30/08/2009

Oxigênio, nitrogênio, gás carbônico e outros gases raros

Você pode chamar do nome que quiser:


Fé, coragem, palavra, loucura.


Eu chamo de acreditar.


Você pode dizer que é questão de aceitar.


Eu diria que é de entregar.


E que o medo é a falta da loucura.


É como se decidíssemos parar de respirar porque não enxergamos o ar.


Eu prefiro sentir.


Prefiro deixar ele entrar.


Inspirar.


Expirar.


Rápido e devagar.


Ele existe. E passeia no meu peito. Eu sinto.


E ele tem cheiro. Tem até sabor.


É oxigênio, nitrogênio, gás carbônico e outros gases raros.


É indispensável pra quem vive.


E tem outras utilidades também. Você pode deixar ele bagunçar os seus cabelos, soprar o seu rosto, resfrescar o seu corpo...


E se acreditar de verdade, aí tem asa delta, avião, helicóptero, balão...


É questão de escolher como você quer andar.


Escolha o plano.


Plane.


Mas não duvide do ar.


Porque é fato que quem se recusa a inspirar, cedo ou tarde sentirá falta de ar.

26/08/2009

O mundo de Salete

Olá!

Aí vai a dica da semana:

Vai rolar exibição do curta " O mundo de Salete" de Alexandra Garnier no V IBERO BRASIL CINE FESTIVAL.

Será no planetário da gávea no dia 1 de Setembro às 20:00 h. A entrada é gratuita.

Gravei a trilha desse filme. Tá muito bacana, vale à pena.

Um beijo!

24/08/2009

Foda-se

Foda-se o sonho
Foda-se a realidade
Foda-se o porque
Foda-se as cartas
Foda-se o cavalo
Foda-se a torre
Foda-se a janela
Foda-se o ônibus
Foda-se a saudade
Foda-se as flores
Foda-se a culpa
Foda-se o cachorro
Foda-se a palavra
Foda-se o palavrão
Foda-se o xaxim
Foda-se a mídia alternativa
Foda-se a tinta
Foda-se o sentido
Foda-se o kilo
Foda-se a uva
Foda-se o dia
Foda-se a resistência do ar
Foda-se a metade
Foda-se o fogo
Foda-se a água
Foda-se a sede
Foda-se o lobo
Foda-se a frente
Foda-se o medo
Foda-se o presentinho
Foda-se a jamaica
Foda-se a guerra
Foda-se a cena
Foda-se o chinelo
Foda-se o vilarejo
Foda-se a sanidade mental

Eu tinha uma sacola e fui às compras.
Separei cartas e jogos, muitos jogos. Mas o que eu mais queria era o xadrez.

E foi tudo tão caro.

Que agora eu tô trancada do lado de fora da loja, com um saco cheio de jogos e nenhum centavo no bolso.

23/08/2009

Mais uma vez

http://www.youtube.com/watch?v=EUa4xuqcH3c&feature=related

20/08/2009

Non-sense

Estranho mesmo é quando o non-sense faz total sentido.

Então, só para não fugir à regra, aí vai mais um:

Se jogarmos um kilo de chumbo e um kilo de algodão do décimo andar de um prédio, qual cai primeiro?


"Se não considerarmos a resistência do ar, tanto o chumbo quanto o algodão chegariam ao mesmo tempo, independente de suas massas, uma vez que a força responsável pela queda é a da gravidade e esta é a mesma para ambos os corpos. Um teste muito conhecido é aquele que vc solta simultaneamente um livro e uma folha de papel aberta de uma certa altura e percebe que o livro chega primeiro ao chão, mas isso se dá devido a resistência do ar e não ao peso de cada corpo. Faça a mesma experiência, mas dessa vez colocando a folha aberta sobre o livro para que esse não permita a influência do ar na folha e veja que ambos chegarão ao chão juntos, mesmo tendo massas diferentes. Portanto a queda dos corpos no vácuo nada tem a ver com suas massas. Mesmo que fosse um quilograma de chumbo contra alguns gramas de pena ambos chegariam juntos no solo se desprezarmos a resistência do ar."

Faz sentido. Mas a questão é: Estando o algodão e o chumbo prontos para o vôo. Quem dá a largada?

19/08/2009

Sonho

Hoje eu levantei e me veio a sensação de que não fui eu quem acordou do sonho, e sim o sonho que acordou de mim.

Tudo aconteceu nesses últimos dias.

E me veio a sensação de que a guerra acabou,

O castelo desabou e as janelas continuaram em pé.

As flores se abriram, a primavera deu bom dia.

A música continuou tocando e a estação não mudou.

Entre vivos e feridos, hoje a família foi salva.

O cenário, a luz, o enquadramento. Estão todos à espera.

Agora é hora de reconstruir o vilarejo.

http://www.youtube.com/watch?v=7TJHwbdByiQ

17/08/2009

Porque não precisamos de porque

Em breve um daqueles posts que eu mais gosto de escrever.

16/08/2009

Obrigada


Preciso inventar uma palavra que substitua o obrigado.

Uma palavra que dê sentido à solidariedade.

Que mostre ao o mundo que nem tudo está perdido

Que os limites não existem,

E que nem tudo é o que se vê.


Quero poder expressar tudo o que vejo e tudo o que sinto.

Mas qualquer palavra seria incapaz.


Ainda não consegui um nome do tamanho desse sentimento.

De qualquer forma, obrigada.

Pela força,
Pelo apoio,
Pelo gesto,
Pela preocupação,
Por atenderem,
Pelo amor,
Pelo milagre,
Pela hora certa,
Pelo sábado à noite,
Pelas 2 da manhã,
Pelos abraços,
Pelos cafés,
Pelo comprimido sublingual,
Pela dispensa,
Por ele não ter dormido na hora errada,
Por resolverem,
Pela presença,
Pela família,
Pelas mãos suadas,
Pelo álcool gel,
Pelas piadas,
Por enxugarem,
Por olharem por ele,
Pela careca dele,
Pelas palavras,
Pelo silêncio,
Pelo apego,
Pelo desapego,
Por fazerem do tempo coadjuvante,
Pela Vitória,
Pelo copo d'água,
Por me levantarem do chão,

Pelo coração.

Estou aqui porque vocês estão aí.
Te amo pai!


14/08/2009

O Tempo

O tempo vai passando e a gente vai percebendo que as vós realmente tinham razão. Então, aprendemos algumas lições:

"Se fizer em casa, vai fazer na rua"

"Se mexer no fogo, vai se queimar"

"Antes tarde do que nunca"

"Andar descalço é bom demais, mas um par de chinelos faz muita falta"

Cantar é agir

"Cavalo dado a gente não olha os dentes"
(Mas dá umas pedrinhas de açúcar pra distrair e vai embora de mansinho)

Pensar não é agir

Mas pode ser sim, se alguém tiver ouvindo

E por fim, "A vida dá voltas".


Eu sempre esperei pelas voltas completas, que te levam para onde você estava antes de tudo começar.

Mas não sei porque, dessa vez eu só quero a metade. Meia volta. Só pras coisas ficarem onde já deveriam estar.

A meia volta anda pra frente. Sem sentido horário. Porque ela não pretende zerar. Ela não quer que outro dia comece. Ela só quer que o dia dure o dia inteiro. Sem hora pra acabar.

09/08/2009

Estranho...

Era sábado, fim de tarde, 2008. Fui a um evento no Copacabana Palace.

Me lembro de entrar pela porta da frente, pela portaria. Virei à esquerda, subi uma escadinha, segui um corredor, virei à direita e quando vi estava na portaria de novo.

Fiz o trajeto umas cinco vezes. Não entendia por que estava me perdendo. Eu tô acostumada a fazer shows lá!
Resolvi pedir informação. Mais uns dois ou três enganos, e encontrei o caminho para a festa.
Era uma festa de gente muito importante. Champagne, coisas douradas espalhadas pelo salão. Lembro-me de pérolas, espelhos e da Nívea Stelmann.

Achei aquilo tudo muito confuso, acho que já tava meio bêbada naquela altura, fui embora no meio da bombação.

Pra variar me perdi de novo, saí em outro salão, outra festa, encontrei alguém que não queria encontrar (e ele tava de sarongue!!!). Dei um jeito de sair, até que achei a saída. Já era manhã.

Na porta, o mar azul, o horizonte e um rapaz de costas, sentado na escada.

Não sei por que, mas peguei um ônibus e quando vi, estava perdida de novo. Meio tonta, sei lá. Não sabia pra onde eu tava indo. Foi quando encontrei uma garota que estudou comigo no colégio. Eu me lembro que não gostava muito dela naquela época, mas ela falou pra eu saltar no próximo ponto. Então, desci. Acho que tava em botafogo. Não sei. Continuei a pé.

Muito estranho, mas a minha memória foi toda picotada nesse dia. Só me lembro depois de estar vendo uma cena num castelo. Num quarto, acho que numa torre.

Era uma princesa, um príncipe, a cama e uma janela.

Não sei o que aconteceu, mas do nada, os dois estavam lutando numa guerra. Salvando pessoas, acho. Era um lugar bem pobre. Lembro que libertavam uma família. Os dois brigaram, mas logo depois veio uma cena linda de amor no meio das ruinas.



Aí acordei.